The Book is on The Table
O livro está sobre a mesa. Cabe-nos o livre arbítrio de folheá-lo, ou mesmo a inércia que nos conforma, tal qual visgueira a nos paralisar. Muitas vezes, somos meros títeres de questões, que fortalecemos em prol do não alinhamento entre mente, corpo e essência etérea. Somos fruto, de uma produção massiva e fabril, que nos propõe códigos de barras. Estamos atrelados ao outro de forma pejorativa...E assim, deixamos de viver em plenitude, e assim; nos matamos em doses homeopáticas. Nos anulando, lenta e gradativamente, esperando talvez; o ápice do desespero.
O ser humano, não aprendeu a desvincular-se das tramas que compõe o intrincado coexistir. Agimos, tal qual pente desdentado a correr sobre cabelo emaranhado. Muitas vezes ineficientes, e por demais virais, todos nós sem exceção, nos enganchamos em recalques, que poderiam ser atenuados com gestos, atos e referenciais de libertação.
O livro, ainda encontra-se sobre a mesa, mas até mesmo ele, enquanto representação metafórica da nossa evolução, desgasta-se, torna-se puído, desde a sua capa, até o amarelado das suas páginas densas e carcomidas pelas traças...
O que é mais engraçado nisso tudo ? Acabei de lembrar-me ao falar do livro, que nós; enquanto muletas emocionais recorremos aos papas da auto ajuda, no sentido de resgatar tudo aquilo que já sabemos, de todo o clichê por eles propostos mas, que no decorrer neurótico do cotidiano esquecemos, e absorvemos como novidade...
O livro, deteriora-se sobre a mesa...Pois fora extirpado da nossa prateleira infestada de cupins...