Passado.
Porta fechada,
Quarto vazio,
Lá fora frio,
Aqui solidão.
Lábios gelados.
Beijos roubados,
Do breve passado,
Da constante ilusão.
Abraços ocultados,
Nas poeiras do esquecimento,
Ardente o lamento,
Da infinita desilusão.
As fotos rasgadas,
Tentando enterrar o passado,
Mas no peito marcado,
Jamais cessarão, as dores, os prantos, as cores...
O medo de lembrar,
Que um dia ainda pode sonhar,
Sem temer as sombras do passado.
Sem sentir o frio,
Congelando o vazio,
E tornando o peito,
O cemitério dos desejos,
Que não podemos viver.