O VERDADEIRO SILÊNCIO
O verdadeiro silêncio é uma ponte suspensa que o espírito, enamorado de Deus, constrói sobre a escuridão e os abismos de sua própria mente; sobre as assustadoras ravinas e precipícios da tentação; sobre as gargantas escuras do medo e terrores que o impedem de chegar a Deus.
O verdadeiro silêncio é a linguagem dos amantes. Somente quem ama compreende toda a sua beleza e alegria. O verdadeiro silêncio é um jardim fechado onde – e somente aí! – o espírito floresce com Deus e para Deus. É uma fonte selada que somente o coração pode desvendar e abrir para saciar sua sede do infinito.
O verdadeiro silêncio é a chave para o imenso Coração chamejante de Deus. É o começo de um “namoro” que só terminará na união final e definitiva com o Amado.
Um tal silêncio é santo; é a oração que paira acima de todas as preces e chega à oração final da constante presença de Deus, atingindo as alturas da contemplação, quando o espírito, finalmente em paz total, vive alimentado apenas pela vontade do Ser Supremo que ele ama.
Um silêncio assim não é prerrogativa exclusiva de mosteiros e conventos. Deveria existir em todas as pessoas que amam a Deus, em cada cristão que se volta para os mistérios da sua redenção, em cada judeu que escuta, dentro de si, as vozes dos antigos profetas, em cada alma, enfim, que se levanta e parte em busca da verdade, em busca de Deus.
Porque Deus não está no meio do barulho e da confusão quando estes dois se instalam no próprio coração do homem.
PS: Extraído do livro: DESERTO VIVO Postinia, Edições Loyola, Doherty Catherine de Hueck, pg 28.
Paz e Bem!