A SINTAXE DA VIDA

Na gramática da vida,

As pessoas são como as orações.

Umas são completas, outras incompletas.

Umas precisam de complemento

Verbos transitivos – pessoas incompletas,

Verbos de ligação – pessoas elos,

Verbos intransitivos – pessoas completas.

Completas porque são – verdadeiras,

Transparentes, compreensíveis.

Algumas coordenadas, outras subordinadas.

Algumas ponto final, outras vírgulas,

Reticências ... e mais.

Coordenadas nas idéias,

Na forma de SER, de fazer

Subordinadas no TER, ao poder, ao fazer.

Porém, complementos, objetos.

Algumas singular, outras plural.

Entretanto, pessoas.

E, como nas orações,

Apenas uma certeza.

Nos complementos, nas coordenadas e subordinadas da vida

Vale a pena SER

Para transformarmos o eu em nós

E nos nós da vida.

Esta é a Sintaxe da vida

Esta é a sintaxe do AMOR!

É a oração do SER.

(NAZAREZINHO-PB)

*Texto e músicas interativos:

PAUSA POÉTICA

Sujeito sem predicados

Objeto sem voz

Passivo já meio pretérito

Vendedor de artigos indefinidos

Procura por subordinada

Que possui alguns adjetivos

Nem precisa ser superlativos

Desde que não venha precedida

De relativos e transitivos

Para um encontro vocálico

Com vistas a uma conjugação

Mais que perfeita

E possível caso genitivo.

(Paulo César de Souza)

A SENTENÇA

O nosso verbo sempre teve ligação

E eu pedia a Deus pra não quebrar nossa oração

Tudo nosso sempre teve alguma explicação...

Aposto que o aposto agora é só contradição.

Parecia até um mandamento, tão normal...

Você sempre ser meu complemento nominal

Parecia até o meu pilar fundamental:

Eu era sempre no plural.

Quem escreveu nossa sentença assim?

Com dois sujeitos, predicado, enfim...

Nosso passado tão perfeito, ai de mim,

Hoje chegou ao fim.

Foram tantas regras, e eu buscando a exceção

Feito um objeto indireto em tuas mãos

Falta concordância, falta comunicação

Aposto que o aposto agora é mera distração.

Pelas entrelinhas, meus pronomes são iguais,

Sempre possessivos, relativos e banais

Foram tantas vírgulas, hiatos... menos mal:

Agora é só ponto final.

Quem escreveu nossa sentença assim?

Com dois sujeitos, predicado, enfim...

Nosso passado tão perfeito, ai de mim,

Hoje chegou ao fim.

Amor reflexivo sempre vai além:

Indicativo de que sigo bem

Desconstruindo o que a paixão ergueu

Amor, o vocativo hoje é ninguém

Não tão altivo, mas eu sigo bem

Desconstruindo o que a paixão ergueu

Ontem só nós, hoje só eu.

(Vinicius Castro, cantor)

OBJETO DIRETO

Eu quero meu corpo bem livre do peso inútil da alma

Quero a violência calma de humanamente amar

Eu quero quebrar o quebranto do permitido e do proibido

E nego o que nega os sentidos direito e dom de gozar

A verdade está no vinho (in vino veritas)

Que me faz gauche, anjo torto

Que retempera o meu corpo nos pecados capitais

Pois a pedra no sapato de quem vive em linha reta

É a sentença concreta

Viver e brincar e pensar tanto faz

Substantivo comum

Um infinito presente

Ente/objeto direto

Reto, repleto, completo

Presente, infinitamente!

Autor/cantor/compositor: Belchior

Maria Anúzia Mendes Campos
Enviado por Francisco Ohannah Oleanna Osannah Galdino em 21/07/2012
Reeditado em 20/04/2022
Código do texto: T3789652
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