Equilíbrio: - Um exagero de tédio.
Por toda minha vida fui excessivo, o exagero foi minha característica principal. Muitas das vezes, como era de se esperar, isso me prejudicou, depois de um certo tempo, cansado de sofrer conturbações supostamente desnecessárias, já que parecia ser possível controlar certas ações, busquei o tão aclamado equilíbrio.
Trilhei com o consciente nele. Dai em diante, já não sofria mais "surras" de sentimentos, surras essas, que me faziam viver intensamente, cada inspiro era marcado por um sentimento, cada suspiro me era surpreendente. Não tive mais o intenso, e tão pouco o surpreendente. O inspiro e suspiro, fora enjaulado no conceito do homem contemporâneo racional.
Acompanhado do equilíbrio veio o tédio. Como se fosse uma punição divina para quem busca ter, a pretensão, do controle da própria existência.
Eu tive o equilíbrio, foi um excesso de tédio.
No princípio, tinha o excesso da intensidade, depois o excesso de tédio.
Logo voltei para as surras, nunca me foi tão satisfatório ser apenas, um cara que gosta de surras emocionais. E o o equilíbrio fica para os sábios, que conseguem controlar a existência, e ser feliz no tédio.