Desapego do amor
por hora, canso-me das magias do amor. das facetas e dos jogos que fingem ser sempre algo normal. dos segredos que guardamos. conviver sempre com o velho controle de "quando" devemos mostrar/viver amor..
o mais extraordinário. é que independente, onde quer que seja a circunstância e o teor dela, sempre deve-se colocar o tal blush da saúde nas maças do rosto. e exibir o tal sorriso.
parece que mesmo em luto, deve-se esconder a verdade. porque quando assumimos algo assim, é como tirar a importância de si e dar a outro nao merecedor um presente. e se assim o for?
se eu, em algum momento da vida pensei em dar amor, não faz disso o outro ser alguém tao importante? quando alguém se desfaz do seu coração ou machuca ele.. não é fato a dor física que isso lhe dá? claro que nao somos responsáveis pela dor alheia (talvez). mas...para que sempre ser/parecer feliz??? se vc não está?
sei que queremos materializar isso sempre. talvez o consigamos. fato que o futuro sendo este nosso escolhido, hora há de ser acertado. mas não é necessário sempre estar vestido para uma festa.
se eu não quero dar minha alegria e estou triste também. quero dar minha dor.... porque machucou-se meu coração. e enquanto isso acontecer..o que posso ainda fazer é desesperadamente torcer para que a minha tortura acabe.
acho que no dia que eu estiver feliz, e puder dizer isso ao mundo. não irei fazê-lo. pois estarei ocupada sendo feliz. alias, nem sentido faria, parar para me ocupar com algo ou alguém que não influencia mais algo. (falo isso para os sofredores de plantão)
pensando nos meus pesadelos, vezes que escondi lágrimas. para nao dar de presente meus sentimentos a alguém. ou quando desajeitada tentei demonstrar minhas fragilidades para ver se conseguia algo. como dizer "tenho medo de perder". e disso. sobrar apenas o orgulho ferido.
faltou sim compreensão. afinal, nao se muda a natureza assim. também o oposto. como um amor incapaz de se viver, ele jamais irá se acabar por si pelos fatores. rs e o contrario também. nao se fará amor sem um pozinho mágico que se chama razão do coração de cada um.
por esta tal natureza. deve-se aceitar o sentimento bom que fazemos assim como igualmente o amargo. aceitar que o peso está no sentimento que deixamos nascer. exteriorizando ou não o presente bom ou ruim. e deveria se fazer isso. pois o presente impossível de entregar. faz suplicas em silêncio. sem seu próprio dono poder ouvir. vira veneno. isso acontece quando sempre se abafa tudo e qualquer coisa que possa ver que se erra em algo.
o silencio se torna uma arma. como o erro de simplesmente não assumir uma tristeza para si mesmo. o simplesmente partir. ser capaz de dizer que nao se deseja dar sorrisos. que se deseja dar lágrimas. ardidas lágrimas que nascem da fonte. o coração. assim se aprende talvez. quando se ouve.
eu talvez pareça séria de mais. mas nenhuma brincadeira e aventura salvou-me. a minha verdade não salvou-me... a minha inocencia tao pouco o fez. os meus braços fracos e corajosos tornarem-se invisíveis.
pois..tudo que eu fiz fora em vão. isso é triste para mim? ...sim.
eu padeço em amor. e deixo meu coração. lá onde está ferido. eu pedi ajuda em esperança. salvem meu coração. mas nao foi o que aconteceu. nao tive alegrias. e nesta vida nem sempre se pode tudo.
então ficou-se triste. e parti.
nem houve um socorro...meu coração está morrendo triste. eu odeio estar só sem ele batendo lá fora de mim. e me sinto assim. e ao menos sei que ainda dou emu presente. e saber que meu abandono não faz tão bem. que minha dor também machuca. entao, eu desisti de fazer bem. de me preocupar. eu desisti de poupar o mundo também. só decidi deixar o meu presente.
sei cada dia. que todo o doroso caminho na jornada pelo saber foi sempre um processo em nossas vidas. mas assusto-me ainda. quando vejo a audacia da vida em sempre derreter tantos os sonhos.
talvez eu tenha um cancer de tanto sentir no trajeto de minha vida.
é como "um passeio" que faz e vc sabe que é um passeio, mas vc mesmo assim vive e se entrega naquilo como se tudo fosse para sempre e fosse seu. é...assim
na lógica, o mais certo é mudar o foco dos acontecimentos. assim como permanecer nos acertos. ou seja, a felicidade: durante seu passeio olhe e sinta as coisas certas. é não dê valor para isso e sim para aquilo. se sonhar e amar com as flores que morrem com o vento. sonhe com o vento que derruba as flores. ;) (lindo isso)
e, nao se questiona tanto. não uma natureza tao grande.
e eu acho que ja me preocupei demais. até ser forte. mas sei que nao sou de fato. não sou. e nao sou um poço de segredos. nem tenho orgulho se fui assim. se neguei a me ouvir melhor.
eu gostaria de bradar em bom tom. o que sinto: não tenho nada comigo guardado. apenas um sentimento dolorido arrasado... que sinto ser grande. talvez seja somente meu ego falando. e isso só irei saber o dia que conseguir meu coração de volta.
a volta é que não está fácil. mas agente parte quando não há esperança. é preciso ir para continuar. para chegar a ouvi-lo de novo no peito.
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gostaria de escrever poemas. mas nao ando querendo isso.
quem sabe...melhora.
beijo carinho sempre