É o que penso quando estou sozinha
É triste ver como alguns aspectos, que eram tão valorizados no início de um relacionamento, acabam perdendo o valor durante o percurso. No início do trajeto as esperanças se renovam diariamente e nós vamos colorindo com as cores mais bonitas tudo aquilo que aos poucos é construído. O coração do outro é para nós como um objeto frágil que merece todo carinho e cuidados. Durante o caminho alguns pedaços da construção se perdem, outros caem e se quebram em pedaços, outros são atropelados por necessidades ou contratempos, e há aqueles que são ainda sufocados por temores que desconhecemos, porém reagimos. Uma atitude dedicada - pode ser um daqueles meros "detalhes", porém essenciais - é então sentida como um esforço que merece ser retribuído. Perde-se o ânimo, perde-se o motivo para fazer porque se ama. Doar-se pelo simples fato de amar o amor que o outro invocou na gente, e que nos trouxe novos motivos, mais nobres, para existir.
Gostaria de saber como resolver tudo isso. Como animar algo desanimado. Como trazer cor ao que ficou desbotado, sem que pareça falso... Sei que isso não é uma culpa de um só, existe uma boa parcela que me pertence.
Nesses momentos, me vem uma vontade de andar contra o vento e cantar minha canção, sobre o que ainda não escrevi. Canção sobre tudo isso, melodia do que fizemos, e sentir-me livre... Não de ti, nem de nós, mas do peso que tornou-se o ato de amar um ao outro. Amor, com todo o seu significado, com tudo que lhe compete, todos os mínimos detalhes, com sua devoção consciente, a ambas as partes... Amor: que antes fora tão almejado, agora, esquecido o seu significado, vai esmaecendo... "Amor": que remete ao verbo Amar e só pode ser alcançado com ações...