Da janela do ônibus...
Eu vejo o vai e vem dos carros
E o vem e vai das pessoas,
Vejo os dias correndo sem freio, sem manuseio
E a impossibilidade do de volta traze-los.
Correria, agonia e gritaria são os únicos movimentos, sons e sentimentos que se podem perceber em meio a cotidiana agitação,
que se tornou a vida das pessoas, e estas de tão alienadas deixam passar desapercebidos detalhes que fariam grande
mudança em suas vidas,...
Do mendigo pronto para receber um gesto de solidariedade,
e retribui-lo com a alegria de sua própria saciedade,
Ao despetalar das flores
que mostram a possibilidade da renovação
quando ao soprar dos ventos suas pétalas são lançadas ao chão, e certamente mais belas retornarão na próxima estação.
É como se os olhares estivessem com vizeiras laterais, as quais impedissem a visualização do além do horizonte, ou seja além do avante, além do adiante,...
Mais afinal o horizonte não varia de acordo com nossa posição? Por isso é sensato e importante o olhar para os lados tanto quanto,
o olhar para frente.
E estes diversos horizontes nos permitem....
esquecer e descobrir...
construir e reconstruir...
amar e desamar... além de
viver e viver...
Os diversos horizontes nos permitem sermos quem somos,
Além de nos permitir tornarmos ainda melhor do que já fomos
Mais se, e se somente se nos permitirmos percebe-los.
É preciso usar os olhos!!!
É preciso utilizar a visão!!!
Daí eu vejo a possibilidade de mudança,
a possibilidade de renovo
Daí eu vejo a impossibilidade
de mudar o tempo,...
Mai vejo a possibilidade de reescreve-lo.