Inspiração.
Aquele órgão atrofiado que, por falta de uso, busca sempre a perfeição, por mais distante que esteja. Aquele reflexo do passado esquecido no espelho, um olhar cheio de malícia e desentendimento que procura sorver a realidade e, gota a gota, descrevê-la em detalhes no papel amarelado. O suspiro, ao ver uma demonstração do poderio da Natureza no bater de asas de uma borboleta ou no sopro das pétalas do dente-de-leão. Aquilo que encaixa e faz sentido, o sentimento que propicia uma sensação bizarra de bem-e-mal estar, tão perto e tão longe. Uma linha tênue entre o subconsciente e a pele nua. Inspiração.