Abertura a texto autobiográfico

Após ter sido muitos concreto e abstratamente, paro e percebo que não existo. E o pior está por vir, não é perceber a falta de constância na existência... Repito concreta e abstratamente, entenda concreto meu andar, meu gesticular, meu falar, meu abraçar, meu beijar e compreenda abstratamente tudo isso ao mesmo tempo e o pensar que talvez até faça parte do concreto. Enfim, o pior que perceber essa instabilidade, é ver acontecer uma espécie de quebra da vida romântica que pensei já ter jogado pra trás. É deparar-me com os meus vários eu e perceber que todos são verdadeiros, é quase como sentir que tudo vale quando podemos ser todos em um só. Resultado de diversos recentes eventos como filmes, conversas, entrevistas, leituras, falácias, piadas... Parece que agora me reconheço como eu, sem recusar as outras várias pessoas que sou. Confusão feita! Resta-me acabar esse texto e esperar ver o que serei disso tudo.