Claridade.
Bateu na porta, e na verdade mal pediu licença.
Adentrou meu peito pulando a janela, entrou assim pela lateral , se esquivou de meus rancores, e trouxe luz. Era em mim claridade.
Perambulando pela vida, arrastei-me a porta, eu quis sair, eu juro que quis.
E de repente não havia mais espaço, o reflexo do verde, e as iluminadas órbitas oculares faziam com que meu coração em círculos já não pudesse evitar, procurava eu estar sob a leveza do ar que carregava quando andava.
De repente era diante da minha morte social, a melhor visão de vida que tive.
Era beleza, e paciência, em pouco espaço, era estrela fora do céu, era criança de pés descalços a embalar o meu sono... corria aqui dentro de mim fazendo barulho, e eu sorria.
E agora, dentro de mim tudo é tão quieto, tão em paz, porque o alvoroço só toma conta quando o coração resolve bater descompassado pela sua companhia, os campos são mais verdes, as flores mais cheirosas, todo dia de manhã o meu amanhã é colorido.
A escuridão que me abraçava, é agora é um ' Oi ' bem dito de manhã ao mundo, tem cheiro de rosa, tem cheiro de vida, tem cheiro de manhã de sol, porque são esses pequenos raios de luz que refletem na minh'alma essa vontade de voar pelo céu sem ter medo de cair...vagar pelo céu sem ter medo de mudar de direção... antes eu que tinha tanta pressa, já não corro mais, porque aprecio mais a construção do caminho, do que a direção a se tomar... um dia por vez, cada dia mais, cada vez melhor.
Charlene Angelim