Não é deficiência

Dia 01/07, andando na cidade de Russas pela manhã, deparei-me com uma cena que normalmente teria me deixado no mínimo zangada, mas dessa vez resolvi testar uma reação diferente.

O que eu teria feito em outros tempos? Além de ficar zangada, teria feito um monólogo na minha cabeça sobre a falta de respeito e de bom senso.

O que eu fiz ontem? Parei pra pensar e mantive a cabeça fria.

Uma moto parada na calçada do Bradesco justamente em frente a uma rampa para deficientes físicos, foi o que eu vi. Num lugar onde pedimos tanto pelos direitos de todos, principalmente o de acessibilidade, aí vem um ser humano desses e se acha no direito de "por um instantinho" (palavras dele) ter nas mãos o poder sob direito tão importante, afinal de contas quem somos nós para nos sentirmos superiores a ponto de crer que cabe a nós o poder sob tal direito? E se fossemos nós numa cadeira de rodas? É muito fácil ver do nosso ponto de vista, onde não somos afetados, defender um lado ou outro sem pensar no quanto um deles está sendo prejudicado, isso acontece com tanta frequência e é sempre essa mesma desculpa, "é só um minutinho". Quantas pessoas podem precisar usufruir de um direito em um minuto? Se por apenas um minuto alguma coisa bloqueasse as escadas que usamos para subir em prédios ou mesmo lugares mais baixos? Se por um minuto tudo que pudéssemos fazer fosse ficar olhando para um ponto distante onde gostaríamos de estar, a uma altura fora do nosso alcance, por um único minuto um abismo intransponível, esperando a boa vontade de alguém ajudar sem saber quando aquele minuto iria chegar ao fim?

Não é só bom senso, é senso comum. Não é só questão de pensar como seria se fosse com você, mas lembrar que passamos os dias tentando melhorar nossas vidas e um gesto tão simples pode melhorar a de alguém que não conhecemos e talvez nunca vimos, mas que vai vero gesto e saber que é grato a alguém, trazendo para este caso em particular, são tantas vagas que você pode usar à vontade e a minoria é para os deficientes físicos. Eu sei que muitas vezes vão estar todas ocupadas, isso é frustrante mesmo sabendo que é um direito de todos né. Imagina ai você chegar para estacionar seu veículo e estar ocupado por alguém que nem deveria estar lá? Se você quiser, pode pensar nisso.

É importante lembrar também que falta de educação não é deficiência, egoísmo não te impede de subir nem de andar, mas um gesto altruísta te difere da esmagadora maioria que está cega, que anda apressada sem chegar a lugar nenhum, passando despercebida e também não percebendo nada.

Mas é bom lembrar, não é deficiente um cego que pode ver, nem uma pessoa que corre sem chegar a lugar nenhum, cada um de nós tem o discernimento necessário para saber o que fazemos que nos torna merecedores do adjetivo "racional" e o que fazemos ou deixamos de fazer que nos transforma em perfeitos idiotas.

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Maggie Paiva
Enviado por Maggie Paiva em 08/07/2012
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