UM CASO PERDIDO



É sempre igual, basta passar em frente à uma casa, e minha alma se solta do meu corpo, e divaga.
Já não tento mais controlá-la, nesse hábito que é íntimo dela.

Ao passar em frente a residência da foto, ela (minha alma) criou um perfil para quem vive dentro dela.
- Casa de muitas janelas, mora alguém que gosta de apreciar a vida lá fora.
- Bandeira afixada na entrada, pessoas que curtem datas. Comemoram o 4 de julho.
- Jardim super bem cuidado, criaturas que amam a natureza, e adoram viver cercado por ela.
- Arquitetura sóbria e elegante, gente de muito bom gosto.
- Ausência de muros, cercas, ou qualquer coisa que as separem de seus vizinhos, próprio de seres gregários, e que prezam a convivência, e não gostam de se sentir confinados por divisas.

Quando minha alma, ia continuar, pusei-a de volta ao corpo. E chamei-lhe a atenção por ser tão bisbilhoteira. Ela, no entanto nem se amofinou, e respondeu-me, que meu corpo não tem sensibilidade pra apreciar o que se passa à sua volta, e ainda acrescentou, que tem pena dele.
Essa minha alma, é mesmo um caso perdido.


(foto da autora- NY)



Lenapena
Enviado por Lenapena em 08/07/2012
Reeditado em 08/07/2012
Código do texto: T3766590
Classificação de conteúdo: seguro