VOCÊ É UM PÉSSIMO PROFESSOR.

Se você tem boa intenção de ser um bom professor e busca de todas as formas fazer com que seu aluno aprenda, mesmo dando dicas para que descubra as respostas que você deseja, você pode ser um bom professor, mas um péssimo pesquisador.

Se você responde diretamente todas as perguntas de seus alunos, apontando fontes seguras de conhecimento, saciando assim a vontade do neófito de conhecer, você pode ser um bom professor, mas um péssimo pesquisador.

Se você diz ao aluno que não sabe a resposta da pergunta a ser respondida, mas que na outra aula virá com a resposta pronta, tirada da sua pesquisa, para saciar a curiosidade de seu aluno, você pode ser um bom professor, mas um péssimo pesquisador.

Se você acredita que todas as respostas estão estabelecidas pelo conhecimento que adquiriu, necessitando apenas dele para lidar com a evolução do conhecimento que suas crianças propõem, você pode ser um bom professor, mas um péssimo pesquisador.

Se você acha que seu conhecimento, científico, está no patamar maior do que a curiosidade de seus discentes na sala de aula, você pode ser um bom professor, mas um péssimo pesquisador.

Se você acredita que a ordem já é estabelecida e, por isso, cabe-nos seguir e punir quem não a segue, você é um bom professor, mas um péssimo pesquisador.

Se você acredita que a geração vigente é pior do que a sua, pois a sua recebeu meios mais eficazes de convivência, você pode ser um bom professor, mas é um péssimo pesquisador.

Se você se contenta a obedecer às determinações superiores, mesmo que seus alunos busquem razões palpáveis para obedecer e, assim, desobedecem, você pode ser um bom professor, mas um péssimo pesquisador.

Se você se contenta com a sua própria realidade, desmitificada por um contexto real e não ilusório e tenta fazer com que seus alunos não sigam seus passos, você pode até ser um bom professor, mas um péssimo pesquisador.

E apesar de tudo isso, se você sente-se confiante ao saber que é um bom professor, apesar de ser um péssimo pesquisador, advirto-o que, mesmo correspondendo a todas as categorias elencadas, sendo um péssimo pesquisador, você é um péssimo, medíocre, inapto, analfabeto, iletrado, desconhecedor, ingênuo, principiante e tanto outros adjetivos com que você possa ligar ao substantivo professor.

Se você aceitou naturalmente as concepções que aqui proponho, como uma realidade cortante, sem ter uma assertiva que contrapõe, VOCÊ É UM PÉSSIMO PESQUISADOR E PROFESSOR.