Não Mais

Eis que aqui escrevo novamente, preciso das palavras, ou quem sabe não são elas que me precisam?

Nessas tardes frias parece que as feridas doem mais e as horas guardam muitos silêncios, então é preciso despejar tudo no papel.

Andei muito durante esses dias, esses meses, andei muito dentro de mim, encontrei muitas coisas perdidas, uns lugares vazios e outros cheios demais, dentre todas as coisas lá estava ele, suave, leve, mas distante.

E sempre foi assim, distante, amor em vão.

Lembro-me ainda da primeira vez que o vi, apesar do sorriso que embriagava tudo, havia uma distância. Entrega, carinho, o poder que ele tinha de fazer calar as horas.

As palavras, histórias, olhares e gestos faziam com que o tempo nem ao menos existisse, mas ainda assim havia distância. Uma distância de caminhos que se cruzam em momentos errados, como se o destino de alguma forma tivesse falhado.

E hoje não mais conclusões, nem poemas, não mais os sorrisos e conversas no corredor, nem os desencontros desajeitados, até o chocolate não mais, não mais distância, não mais...

Glaucia Marinho
Enviado por Glaucia Marinho em 07/07/2012
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