Uno Grã Finale

Quando éramos mais jovens sempre desdenhávamos do que víamos, digo isso por experiência própria, pois sempre ria no meu intimo ao ver alguém triste ou quando alguém chorava por amor. Achava amor uma coisa tão boçal, é difícil explicar o amor a uma criança, é como querer explicar a um ateu sobre a existência de um “Deus”, ate que por bem da situação eu entendi uma coisa importante, que sábio é aquele que vive a dor que sente, e só pela experiência da dor pode-se comungar a dor dos outros, isso poderia se chamar de “auto-compartilhamento da tristeza alheia dos moribundos”, se não fosse um nome tão grande e estranho iria ser a definição perfeita dessa peça teatral shakeaspeareana, uma tragédia viva só esperando uno grã finale, pois ao fechar das cortina e apagar das luzes, os aplausos cessariam e todos iriam voltar a sua vida normal, onde retornariam a chorar seus antigos amores.