Carência

Há certa escassez em minhas entranhas

E tudo se encontra ressequido

Em uma deficiência urgente

Sinto o latejar de meus órgãos em degradação

E estão em suplicas para serem supridos

Antes em mim a vitalidade era ativa

Agora é subjulgada e mínima

O corpo em lapso completo

Minha mente em ausência

Onde foi que tudo se perdeu?

A falta dos sentidos se faz presente

Luto contra o próprio tempo

E cabeça pende e necessita de descanso

Meu abalo emocional é inevitável

Meus olhos encontram-se imóveis

O que vejo... É meu corpo se dilacerar aos poucos

Que súbito adormecer é esse que me acometeu?

Sinto a mente já sem razão

Ela não mais acompanha o raciocínio

Vejo as palavras sendo tomadas de mim

E que sede é essa que invade minha garganta

E que me sufoca tirando a respiração

Não posso deixar isso me subjulgar

Tenho que dar um jeito...

Um jeito de recuperar meu senso

Que de mim foi roubado

Tenho que sair desse leito decadente

Ele não é parte do meu mundo

Busco revitalizar minhas forças

Sem que precise de sedativos

Esse que temporariamente camufla minhas dores

Quero ser o dono dos meus desejos e vontades

Quero conhecer o meu mundo infinito

Libertar-me dessas teias vorazes

Teias que absorvem tudo de mim

Ainda tenho muito que caminhar

Há muito que eu conhecer

Desejo viajar por esse vasto mundo

Que agora é por mim desconhecido

Mas em breve por mim será reconhecido

Bruxinha Faceira
Enviado por Bruxinha Faceira em 03/07/2012
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