Carência
Há certa escassez em minhas entranhas
E tudo se encontra ressequido
Em uma deficiência urgente
Sinto o latejar de meus órgãos em degradação
E estão em suplicas para serem supridos
Antes em mim a vitalidade era ativa
Agora é subjulgada e mínima
O corpo em lapso completo
Minha mente em ausência
Onde foi que tudo se perdeu?
A falta dos sentidos se faz presente
Luto contra o próprio tempo
E cabeça pende e necessita de descanso
Meu abalo emocional é inevitável
Meus olhos encontram-se imóveis
O que vejo... É meu corpo se dilacerar aos poucos
Que súbito adormecer é esse que me acometeu?
Sinto a mente já sem razão
Ela não mais acompanha o raciocínio
Vejo as palavras sendo tomadas de mim
E que sede é essa que invade minha garganta
E que me sufoca tirando a respiração
Não posso deixar isso me subjulgar
Tenho que dar um jeito...
Um jeito de recuperar meu senso
Que de mim foi roubado
Tenho que sair desse leito decadente
Ele não é parte do meu mundo
Busco revitalizar minhas forças
Sem que precise de sedativos
Esse que temporariamente camufla minhas dores
Quero ser o dono dos meus desejos e vontades
Quero conhecer o meu mundo infinito
Libertar-me dessas teias vorazes
Teias que absorvem tudo de mim
Ainda tenho muito que caminhar
Há muito que eu conhecer
Desejo viajar por esse vasto mundo
Que agora é por mim desconhecido
Mas em breve por mim será reconhecido