Filosofias de amar

me pergunto se algum dia pôde sentir tudo isso em mim.

se pode sentir cada pedaço meu. como pude sentir.

estive amando além da carne. tudo quanto sentira, jamais poderia esquecer. aquele amor sentido em matéria. um momento real . o sentimento tácito. a utopia que perde seu significado. o retrato da lembrança eterna de qualquer ser que se deu pra algo. de verdade.

são dois corações apenas. onde ao mesmo tempo, o tempo não responde. não ousa. paralisado pelo poder. na inocência malicia. ficando-se toda ânsia de tudo. ainda em meu corpo, todo o toque desejado intenso que jamais devera acabar-se, e não acabou-se naquele momento. e eu soubera tantas vezes ser único. um amor carregado por braços.

os mais sábios que me perdoem.. mas nunca fora, e nunca será somente o meu amor. eu sei que não será. "pois amar eu amo. e com meu amor apenas fico . sem o outro amor... não posso... e com ele... feliz me sinto."

-----

os sábios talvez contradigam, dizendo aquela valiosa lição, do ser que deve ser dono único de sua própria capacidade em si e o externo. onde controlamos nosso mundo, alegria e força. claro, o homem pode e deve sim. ele controla todas as ações da vida que são feitas por nós, pessoas em nossas razões. todos fazem isso todo o tempo (alienado ou não) e uma cadeia de ações nossas para o mundo e do mundo em nós acontece.

mas um conceito, uma filosofia mal aplicada rouba também outras verdades. a partir do pensar comum que se a maturidade hoje, imatura ontem, fosse o oposto, o hoje (para alguns) talvez fosse tão melhor e nunca será. pois assim, sempre limitando tudo...tudo. como se nós soubéssemos o que fazer com nossas vidas sempre. e depois tão logo cada passado, passa a ser perfeitamente algo que poderia ter ser sido mudado. cada dia.

e assim, nunca vamos aprender o nosso limite, por isso também não ousarmos mais. penso que dificilmente se viverá em plenitude da essência. em uma maturidade ausente, impossibilitados de ver... sempre cegos, desde o nascimento, talvez até a morte. estamos jogando. e jogando..tanta coisa, ao vento. e tanto tempo passamos.

contudo, felizmente mesmo isso não anula ainda o sentido, pois mesmo os loucos podem em vida o dom de sentir. talvez a vida lhe cobre muito para encontrar-se puro para tal sempre.

mas é certo, tão certo quanto o céu que nos cobre, que o homem jamais faria amor sozinho. o sentimento da felicidade e da gratidão todo o tempo por amar sozinho tudo sempre, funciona sim. mas, quando um ser, em toda sua composição nos neutralizar... e causar alegria sem nada fazer, é então que vemos o quanto sempre esperamos tudo, todo o tempo. e poderá talvez assim haver tal humilde compreensão.

quem sabe quando em amor e uma certa gratidão em existir, estará certo que isso somos nós, sendo felizes, em comunhão. por isso, esperamos tanto fazer aquele que amamos tão bem, a ponto deste agradecer sua própria vida. (tudo isso sem som..sem cor...sem cheiro..invisível. sem espera).

é apenas o todo, cada pedaço de nós. desejando como outrora falado. ser sentido. e como.

----

nada fora complexo demais. talvez compliquemos. mas sempre que se sente é real. e dificilmente se esquece. se dessemos tanto mais valor. hoje cada toque seria diferente. por isso cada melhor nosso deve-se hoje. não é para menos.