Ser ou não ser, segundo Michel Foucault

  A sociedade contemporânea é marcada pela subliminaridade do poder, um poder que deixou de ter origem esclarecida, e sustenta-se por técnicas de individuação e normalização, isto é, coação moral, imperceptível na maioria das vezes. Segundo Foucault, o poder relaciona-se a uma força que oprime o sujeito em sua individualidade, impondo-lhe normatizações e condutas. O assujeitado passa então a ter violada a sua subjetividade, que dessa maneira não se constitui no único local onde a liberdade estaria protegida, como bem imaginado por muitos. Do contrário, a subjetividade analisada por Foucault estaria aprisionada por tais poderes. O filósofo ostenta que o objetivo principal do homem atual deixou de ser descobrir-se, mas de recusar a ser o que é. Não se trata de encontrar o espaço ou o sentido do eu no mundo, mas de inventar uma subjetividade que, antes de ser o produto de um encontro, seria também resultado de um processo inventivo. As lutas de resistência descritas pelo pensador iniciam-se, pois, no cerne da subjetividade. O caminho é produzir, criar, inventar novos estilos de vida, novos vínculos e laços comunitários, para além dos costumes empobrecidos e forçadamente privados. Pela liberdade, talvez não ser, segundo Michel Foucault.

 Leonardo Faria

*Visite-nos no mindasks.blogspot.com
mindasks
Enviado por mindasks em 26/06/2012
Código do texto: T3746743