sem título.

Dê um jeito de acordar com cheiro de café,

Ou de roupa lavada. Ou de alguém que não seja você.

É possível que isso o faça odiar um pouco menos a vida.

Pelo menos naquela hora. Ou pelo menos naquele dia.

Se fumar, trague com vontade.

Produza câncer, estrague o ar.

Mas não seja hipócrita de dizer que ama a vida.

Quando na verdade só ama a sua. E olhe lá.

Passe ao menos uma noite sem internet.

Seus verdadeiros amigos darão um jeito de saber como você está.

O resto, sequer lembrará que você existe.

Faça sexo sem amor pelo menos uma vez por mês.

Ame. Ou ache que amou alguém pelo menos uma vez na vida.

E erre, se isso te der algum prazer.

Não se esqueça de brincar com cachorros e gatos de rua.

Você ganhará olhares tortos das pessoas que estão ao seu lado.

Mas conseguirá uma mão fedida em troca de um dia mais perfumado.

Pois no fim de tudo, você será só uma bolinha cinza no Facebook.

Só uma caixa de emails lotados.

E um corpo à mais posto debaixo da terra,

Pra não ocupar espaço.

O mundo permanecerá autodestrutivo por si só.

As pessoas continuarão fazendo o bem por dó.

E o mal por comodismo.

A vida continuará feia.

E tudo continuará relativo.

Tipo agora, que já discordo de tudo o que escrevi acima.

E nem um título conseguirei dar à algo tão relativo como ser feliz.

Mas em suma:

Pense menos.

nes_ste
Enviado por nes_ste em 25/06/2012
Reeditado em 25/06/2012
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