Somos reais?


Somos reais, ou somos mera ilusão participando apenas como atores em alguma criação “mental” de algo ou de alguém? Tenho alguma chance de sequer existir em realidade? O que defino como fenômenos podem ser falsos ilusórios que compõem tão somente o imaginário de outrem? Existo ou não existo? Sou? Quem sou? Quantos sou? São perguntas que cabem, ou deveria me referir a elas como quantos pensam que sou ou quantos me constroem como sendo? Se sou, quem realmente sou? Se sou, realizo o real, ou realizo o que imagino real?  Sou uma incerteza que me realiza, ou sou uma realização possível das incertezas que me possibilitam ser? Sou incerto, meramente provável, da única equação e onda que me permitiu existir, ou sou apenas mais uma das muitas possibilidades de realização dentre as prováveis realizações de todas as probabilidades que ao mesmo tempo me possibilitam existir, colapsando em cada possibilidade todas as demais realizações prováveis das possíveis soluções de ondas que me possibilitavam existir? Ou sou apenas e tão somente real, independente de probabilidade de solução ou de incertezas mil?
 
Não ousaria apostar todas as minhas fichas em uma única versão, entretanto empenho muita crença, suportada por certa lógica e boa racionalidade, que somos reais, como real é a essência do nosso viver e de tudo o que nos cerca, mesmo que muito desta realidade não seja intuitivamente percebido, ou esteja muito desta realidade fora do alcance de nossos sensores naturais (biológicos) ou dos equipamentos que consigamos já ter criado.
 
Desta forma, prefiro, coerentemente com minha percepção e crença, dar crédito a realidade, mesmo que ela seja apenas percebida e “construída” em minha percepção como um algo imaterial e etéreo, resultado de um complexo processamento mental.
 
Não é porque minha percepção do mundo seja imaterial, resultado emergente do processamento neural, que esta não reflita, em algum nível o real que nos cerca. Prefiro me empenhar realizando o que entendo real, do que perder tempo de meu presente realizando dúvidas imaginárias sobre o que sou, sobre o que devo ser, sobre o como devo agir e pensar, e sobre o como devo realizar o presente da realidade que unicamente posso cumprir.
 

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 22/06/2012
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