Diario de um soldado.
Acordo como morcego...
Meu mundo de ponta cabeças,
Meu sangue é um oceano,
Meu stress é um maremoto.
Não tenho pra onde fugir.
A guerra é dentro e fora de mim,
Não existem tréguas.
Sou eu agora quem lidera minha falta de lucidez..
Já não rezo... Parei sonhar.
Não posso ficar a vida
Todo escondido, atrás de uma trincheira.
Tenho que fazer estratégias.
Em silêncio eu medito...
Rastejo-me pelo chão frio e molhado.
Talvez, a morte espere por mim,
Na bala de um fuzil... Quem sabe?
Talvez, hoje, eu fale com Deus.
Mas, não sei se Ele vai me condecorar
Com Medalhas de honra ao mérito,
Talvez, elas não existam pra onde eu vá.
Não tenho saída, tenho que seguir.
Meu destino me espera.
Ouço seu tema musical,
Baterias de bombas,
Guitarras de metralhadoras,
Violinos de gritos e choro dos inocentes...
Então... Eu danço...
Com os passos firmes e ensaiados de um soldado,
Que um dia partiu para uma guerra que não era sua.
E, agora, não sabe se volta pra casa.
Talvez, hoje, eu morra como herói.
E minha mãe chore a dor de um filho perdido.
Meu pai, com certeza,
Guardará as fotos e as medalhas,
Num cantinho da casa.
E eu deixarei de legado
Apenas um sorriso...
Num porta retrato.