Não tenho limite.
É comum dizer que “o ser humano tem limites”! Ora! Em princípio, é certo que tudo tem limite... Será mesmo? Se me incluo nesse pressuposto posso assaltar alguém, pois, como jamais assaltei, e, como ser humano, “tendo limites”, nada mais compreensivelmente absurdo que cumprir este “natural estado de limitação humana”.
Como assaltar não faz parte de meus projetos, não tenho limite para me manter sem a intenção de praticar o assalto sem nenhum esforço (ou força de vontade)...
Sendo limitado, também “conto até dez” para admitir agressões. Será que conto até dez para reagir contra alguém que está armado com um revólver apontado contra a minha cabeça? Ou também não tenho limite para não me mexer e ficar paralisado pelo tempo que for necessário para evitar a consumação da agressão!?
Ser limitado não é uma hermética condição humana. Havendo, como há, limitações naturais, existe limites que são propostos – simplesmente − para satisfazer o egoísmo, ou à iniqüidade...
Assim, não é sempre que “o ser humano tem limites”. Ser ilimitado pode ser uma necessidade (e não tem nada de paradoxal).
Que o Homem seja ilimitado para poder evitar causar a dor-sofrimento a não importa quem!
Ass. Rodolfo Thompson. 14/6/2012
Ps. Este texto integra o livrinho que escrevo intitulado “À Minha Família (Curiosidades e Lembranças)”.