Na loucura da minha curiosidade.

Vendo-as ali enfeitando os jardins ou mesmo expostas nas vitrines mal sabemos nós que fim que elas de fato irão ter.

Rosas lindas, belas margaridas, impecáveis hortênsias, jasmins, cravos, copos de leite, e todo o tipo de belos arranjos prontos para serem levados, vendo-as ali eu sempre rezo para que o destino delas seja somente para despertar alegria e enfeitar a vida, despertar paixões, ou dar as boas vindas ao amor que se inicia ou para receber aquele fruto de um amor que chegou.

É triste e deprimente deparar com elas na forma de coroas, normalmente nos leva a pensar na dor, no vazio que uma vida deixou, na tristeza que esta ausência veio a causar, pois elas, estas belas flores na certa também não se sentem bem fazendo este papel, mas assim como nós elas também não tem tido muita escolha, já que numa hora estão entre risos de alegria numa festa de euforia de repente se vêem misturadas às lagrimas e os gritos de revolta que sempre vem das saudades, das lembranças daquele ou daquela que partiu num estúpido momento em que a consciência de alguém falhou.

Às vezes passo um bom tempo de horas a observá-las, admirando-as, e nas muitas vezes na loucura da minha curiosidade penso em perguntá-las como se sentem neste duplo papel, só mesmo louco para não saber que não haverá resposta, e lutando contra as minhas vontades nesta hora eu lembro do que disse o nosso inesquecível Cartola, de que as rosas não falam.

DIASMONTE
Enviado por DIASMONTE em 14/06/2012
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