Céu de Estrelas
Em nosso olhar eu podia ver o brilho das estrelas. Além das cortinas do céu, na imensidão do universo, um pensamento de liberdade e conquista, uma ânsia de manter a beleza do sentimento ao alcance das mãos.
O vento frio tocava nosso rosto, e o ar cálido em seus lábios tinha o toque da ternura que se encontra somente naquilo que é verdadeiro. Sua pele é uma textura de invejar rosas desinibidas.
Olhava para o alto, acreditando que poderia levá-la aos seus limites, e como poesia tangível, segurar suas mãos enquanto caminhávamos. As ruas não nos limitavam e nem a realidade, visto que construímos nosso próprio mundo, um lugar sem obrigações nem cobranças. Sentia-me grato pelo que você representava pra mim, e sentir a vida ao seu lado era como nadar em águas cristalinas num pomposo dia de sol. Tínhamos nossos corações entregues com segurança, encontramos as palavras corretas para definir o que sentíamos; o silêncio do amor tornou-se nosso meio de comunicação mais eficaz e sabíamos quanto bem querer havia por trás de um simples gesto.
Eu via o brilho das estrelas. Como um olhar ousado de quem não esconde a desconfiança para se proteger, assim seu rosto era nítido à minha doce interpretação da vida, e na intensidade desse jogo de intenções, a entrega era o único caminho viável para felicidade. Fazia a cada segundo, uma tentativa inocente e romântica de oferecer a você o que de melhor havia em mim.
Vamos caminhar por um momento...
O céu de estrelas é um lençol de seda em nossa atmosfera espinhosa. Refresca os sentimentos e aguça o descontrole. O mundo não pode nos conter e nem narrar nossa pequena e infinita história. Você, de repente, se tornou meu sonho real, uma razão para continuar acreditando que esse brilho jamais se apartará. A noite era fria às vezes, e ignorávamos nossos momentos trêmulos de saudades profundas. A ausência era uma frieza latejando nos ossos e comprometendo a estrutura de todo o corpo. Nosso único e perfeito corpo.
O que vem pela frente? O que nos espera? Não sei... Um dia te falei sobre voar em direção às estrelas, fazer coisas diferentes e marcar um lugar nessa vida que edificamos. Mas, o tempo tem o poder de partir tudo ao meio e a sensação que se tem é que o coração parece um corpo na estrada. Os pontos brilhantes sobre nossas cabeças falam de nós feito uma canção que a noite canta com certa inspiração.
Em seu olhar posso encontrar coragem para vencer meus impulsos, dominar o tempo, trazendo à tona uma fonte antes soterrada. Ambos poderemos estancar essa ansiedade que é uma sede em nós. As certezas condicionais foram embora. O sentimento é algo exato.
Quando chega a noite, dia após dia, olho para o céu e consigo sorrir, navegar pelas nuvens das lembranças, tocar as estrelas que adotamos como símbolo do nosso amor. Por muitas vezes não soube o que dizer, e seus beijos falaram por mim. Obrigado por me levar à constelação mais próxima em seu carinho e doar com liberalidade seus tesouros.
Dê-me uma razão e me faça acreditar que um dia em minha vida você existiu e prometeu sem algo bem maior do que imaginei. Assim nós dois pensávamos que tínhamos o poder de cair pelas estrelas e não morrer.
Muitas noites virão. Na confiança de um dia liberar seu destino, permaneço olhando o céu evasivamente assistindo a despedida. O vento ainda é frio e as estrelas continuam brilhando. Nosso quarto foi o céu de nossos sonhos... nós fomos as estrelas a enfeitá-lo, sob o olhar perfeito do amor.
"Para corações calados..."