Vida de viajante

Sob a cidade abandonada

Esquecida pela decadência dos anos

Ainda se faz forte suas ruínas antigas

Alvo das lembranças dos estranhos que ali passeiam

Chega uma viajante solitária

Que vem em busca de paz e sossego

Ela vem embaixo do sol escaldante do meio do dia

O soberano que reina nos desertos mais quentes

Ele que brilha imponente no céu

Nossa viajante caminha a passos lentos

Seu cansaço é aparente

Mas sabe que se correr demais

Acabara por cair no meio do caminho

E não mais vera o fim do seu destino

Ela que vem munida de boas armas

Esta sempre pronta para se defender de qualquer ameaça

Suas defesas são consideradas as melhores

E sua fama a precede onde quer que vá

E quando a questão é sobrevivência

Pericia é o que não lhe falta

Possui os olhos experientes e aguçados como de uma águia

Seu olfato é mais apurado do que os dos lobos mais antigos do deserto

Intuitiva sente o perigo a léguas de distancia

E não toma caminhos que não sabe onde a podem levar

Quem a vê chegando de sua jornada pouco valor lhe da

Suas vestes longas estão sujas e surradas

Por conta da sua longa caminhada

Mas ela não se importa com seus trajes

Por que sabe que foi esse trapo já todo esfarrapado

Que a protegeu em dias nada fáceis

Como das noites geladas e do calor nauseante do dia

Com seu cantil sempre a altura das mãos

Ela encontra os últimos goles da água

Que necessitas para sua sobrevivência

São apenas mais alguns passos até sua chegada

E poderá estar em paz consigo e ter enfim o descanso merecido

E ter o seu presente tão desejado

Um passo a separa de sua vitoria... Mas eis que ela para

Para em frente à entrada da cidade vitimada pelo silencio

Retira a túnica que tanto a protegeu... Levando-a ao chão

Já liberta sorve os últimos goles de águas ainda existentes em seu cantil

Da uma boa gargalhada de si mesma

Lembrando-se de tudo que passou pra estar ali

E então se joga ao chão em devoção

Agradece a todos que lhe ajudaram em sua jornada

Agradece aos anjos e aos amigos que lhe auxiliaram

Levanta-se e da o ultimo passo rumo a vitoria

Enfim a chegada em casa... A família a aguarda ansiosa

Mas não mais ansiosa que ela mesma em chegar

Já que sua travessia a castigaste tanto

Após muito tempo de separação e saudades

E tudo que ela quer e pensa neste momento é descansar

Descanso merecido ao corpo e alma já exaustos

Ela cumprimenta os entes queridos que já a esperavam

Vibra com alegria de sua chegada

Chora com os acontecimentos que não participou

Mas dentro de si mesma ela sabe que assim foi melhor

Então se dirige aos seus aposentos

Redimida cai sobre a cama

Que é feita de palha simples

Apenas coberta com um tecido velho

Mas com o cansaço que se encontra

Sua cama mais parece às nuvens

Que são acolchoadas do mais puro algodão

E lá entra em sono profundo

Pois já cumpriste a sua meta... A de conhecer a si mesma

Agora a hora é de paz no coração

Da tão corajosa viajante solitária

É assim a vida dos viajantes

Chegadas e partidas... Descobertas sobre si mesmo

É assim a vida de quem ousa seguir seus sonhos...

Bruxinha Faceira
Enviado por Bruxinha Faceira em 12/06/2012
Reeditado em 19/06/2012
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