Ignoramos o que somos


Ignoramos o que somos, mas nem por isto conseguimos não ser o que ignoramos.
Ignoramos o que somos para crer que somos aquilo que não ignoramos
Ignoramos o que somos sendo reflexo direto daquilo que ignoramos
E finalmente, somente não ignoraremos o que somos, quando o que somos não mais existir posto que assim nada mais seremos, após a realização não experimentável de nossa morte mental.
 
Enquanto vivos, poderemos até nos conhecer como um invólucro opaco ao seu interior, poderemos até parcialmente remover esse invólucro, mas a caixa preta que nos dá suporte a existência, pelo menos por enquanto, é inviolável ao nosso real escrutínio, jamais saberemos realmente tudo o que somos, e jamais dominaremos tudo o que queremos e tudo o que faremos. Somos um mistério, inclusive, para nós mesmos.

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 11/06/2012
Código do texto: T3717412
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