Não há cura sem perdão
Frequentemente, quase que diariamente, um novo fato, um novo ato, vem para nos decepcionar. Para nos machucar. É tanta mentira, tanta ilusão, tanto desamor, que quando algo verdadeiro aparece, nos fechamos num casulo, numa armadura que aparentemente nos protege do mundo. Mas não nos protege de nós mesmos. São tantas lembranças, tantas mágoas, tanta dor, que a luz no fim do túnel continua cada vez mais distante. Às vezes nem a vemos. E aí tudo passa a ser mais doloroso, mesmo quando temos estampado em nosso rosto o mais farsante dos sorrisos. É então que sorrimos quando a alma está chorando. Mas é nessa hora que temos como obrigação com nós mesmos nos desvencilhar de todo esse mal e não buscar apenas o esquecimento. Mas sim o perdão. A cura. A volta por cima. Não há cura sem perdão, não há felicidade sem lágrima. E não há recomeço enquanto algo ruim não chega ao seu devido fim.