Sentimentos de Mulher

Madrugada, estômago fervendo de dor e sem ideia alguma do que falar. Condição perfeita para escrever. Eu deveria escrever o que vou escrever em meu perfil feminino. Tem mais a ver com sentimento de mulher. Draminhas. Definitivamente, eu não sirvo para relacionamentos. Não consigo aceitar, não entra na minha cabeça, não quero escolher alguém, muito menos ser escolhido. Estou sozinho e assim deve ser. Um monge pode muito bem renunciar à vida mundana e viver no meio das montanhas. E por que diabos eu não posso fazer o mesmo? Chega de criar hipóteses em minha mente, chega de seduzir o máximo de garotas que conheço e chega de sofrer com isso. Não dá, acabou. Verdades duras doem. Um soco certeiro que leva ao nocaute instantaneamente. Perdi sem perdão. Vitorioso, o Destino ri da minha cara. Eu, na lona, fico inerte, sem pernas, sem morada... à procura de um caminhão, sem dona, sem caminho. Basta! Sou um derrotado! O Desejo deve ser suprimido. Os meios justificam os fins. Como não há fim nem ponto de chegada, o Desejo não leva a nada. Fico paradinho e bem quietinho, calminho, na minha, dormindo o sono dos injustiçados mas que não querem nem saber como um gatinho preguiçoso em sua almofada bocejando após descansar de sua última e fatigante caçada ao pote de comida a menos de 2 metros de distância. Preciso dormir e vou dormir ao som do despertador de corda que faz um tic-tac desgraçado de alto pra me lembrar de que o tempo come e degrada e eu nem me importo porque não tenho nada que fazer a não ser esperar tranquilamente envelhecer.

"Eu vou te jogar

Num pano de guardar confetes..."

(Chão de Giz, Zé Ramalho)

E vai ficar guardadinha lá sem Carnaval...