Vaidade


Envaideço-me por um saber que na verdade sequer sei que realmente sei, na certeza presunçosa de que sei o que me envaidece.
Finjo ser imune a vaidade quando na verdade sou vaidoso, até mesmo, por me achar imune a vaidade.
A vaidade é traiçoeira, ela constrói morada em alicerces que parecem seguros, pois se aproveita de pequenas frestas em nossa estrutura mental para lançar raízes, e com estas mesmas raízes fraturar cada vez mais nosso alicerce mental. Ninguém esta livre ou imune a vaidade e ao orgulho. Em geral somos ignorantes que acreditamos muito saber, mas sequer sabemos exatamente o que nos compõe e o que realmente somos. Brincamos de conscientes quando realizamos nossa experiência cognitiva em pleno desconhecido do inconsciente, valorizamos um livre arbítrio que realmente não temos e soberbamente nos vemos como o auge do estado da arte evolutiva, como se a própria evolução conspirasse para que fossemos o que de melhor ela poderia prover, aflorando rompantes de desequilíbrio quando acreditamos que a natureza existe para nos servir.

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 11/06/2012
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