Num dia diferente

Hoje é um dia diferente. A chuva, o vento frio, o tempo que não passa. Tudo se paralizou. Sou apenas um no meio de milhares de pessoas. Por incrível que pareça, não consigo ser notado. Vejo algumas pessoas se divertindo, outras se acabando. Isso é uma sensação inquietante, um mal indesejável. É como se estivesse em um cubo de vidro blindado, e que por mais que eu grite, bata e implore, não consigo ser ouvido e encontrado. Não tenho fome, nem sinto sede. Não sinto frio e nem calor. Percebí que a única coisa que consigo fazer é pensar. Pensar, pensar, pensar e pensar. Seria impossível não ter nada para refletir. Tantos erros cometidos, tantos projetos destruídos, muitos sonhos falidos. Talvez essa é a hora de me colocar de pé, e parar para analizar tudo que ja vivi. Não é difícil, afinal, é a minha vida, e dela, quem mais tem conhecimento sou eu. Espero que possa encontrar as soluções que tanto busco, e me guiar pelo caminho certo. Espero reconstruir meu conceito moral e me colocar de pé, em posição de batalha para lutar, não contra o mundo e nem contra todos que dele fazem parte, mais sim, para lutar contra meu medo e minha falta de confiânça que sempre foi a principal causadora do meu fracaço, proporcionado pela grandiosa e destruidora auto-insegurança, pela incapacidade de acreditar nos meus potênciais, e de inacreditar que sempre fui capaz de fazer formas e delas, dar a vida. Será tolice da minha parte voltar atraz, e ser quem era antes. Um homem covarde, amedrontado pela inseguraça e pela falta de confiânça em sí próprio. Talvez. Apartir de agora, serei uma nova pessoa. Que agirá de boa fé. Construindo projetos, realizando sonhos, conquistando vitórias. Afinal, o dia está na minha frente esperando pra ser o que eu quiser. E aqui estou eu, um escultor que pode dar formas.

Deivid Gava
Enviado por Deivid Gava em 06/06/2012
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