O Barulho do Tempo

Já que não estou dormindo me resta sonhar acordado. Você sabe que eu não te ouço, não te sinto e não te vejo, exceto o barulho do mar onde mergulho profundamente, resistindo todo o tempo que posso ficar sem respirar, imerso procurando o novo plano. Ao contrário do sol na vasta escuridão do tempo em seu movimento intermitente, faz-me contar as horas para que sua luz volte a brilhar novamente. Sendo assim vai clarear sem sombra de dúvida um clarão sobre a negra névoa desiludida, esquecida no passado remoto intocável e jamais visto anteriormente por quem tem certeza de tudo que lhe aconteceu, pois para o barulho do dia, me fiz surdo e mudo, porém o barulho do vento é o meu alento, o absurdo barulho da noite, o obscuro barulho do tempo...

Eu não ouço, eu não sinto e eu não vejo...

Leandro de Souza
Enviado por Leandro de Souza em 05/06/2012
Reeditado em 05/06/2012
Código do texto: T3707391