Fora da normalidade

Acabei de crer que normalidade não combina comigo.

Ser normal é chato, cansativo e massante.

A gente acaba por fazer sempre as mesmas coisas, sentir as mesmas coisas, viver as mesmas coisas.

Percebi que sempre quero algo diferente. O café expresso já não satisfaz. Tem que ser mais forte. Com muito menos açúcar.

Aquela música do Tom já perdeu sentido. Passei de repente a procurar algo mais forte, menos meloso, menos sombrio. Ouvi Rush e The Doors. Também não me satisfiz. Quero mais. Muito mais.

Ler Clarice ou Caio, meus companheiros de tantas noites, se tornou normal demais. E perder meu tempo com O JN , já me recuso.

Novelas nem pensar. Tudo lorota. Tudo muito normal, no primeiro capítulo a gente já imagina como será o final.

Quero algo além da simples imaginação.

Me apaixonar também virou rotina. Me apaixono até por sapatos!

Hoje gosto do fulano, daqui a cinco minutos , do sicrano. Isso também é normal demais. As pessoas tem o poder de se apaixonar eternamente cinco vezes ao ano, no mínimo. Andei fazendo parte desse grupo. Isso não quero mais.

Também não vou dizer que quero amor eterno. Quero sentimento que chegue e fique o tempo suficiente para me deixar bem.

Quando começar a ficar normal, que vá embora.

Alguns vão pensar: Você está louca Ana!

E obviamente, claro que estou!!! Já falei ali, que não quero ser normal, ué!

Bem, acho que enfim, também não quero mais escrever poesias de amor e saudade, ou de solidão. Isso é muito normal.

Quero , acredito, escrever algo que deixe bem claro : essa mulher não bate bem dos pinos e seu girabrequim anda falhando demais.

Ai sim, ao ler um comentário desse tipo, vou ter a certeza de que consegui o que queria :

....................................Não ser tão normal assim!

AnaEliza
Enviado por AnaEliza em 05/06/2012
Reeditado em 05/06/2012
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