Agora, o lado B.
Cabelos cor de fogo, outras vezes cor de palha, incendiava tudo ao redor. Nem parecia notar, seguia sorrindo ao pisar nos milhos que deixaram às pombas. Às vezes era deixada às traças. Espantava os medos, criava asas - para se manter no chão - e não cair no labirinto de seus desejos. Tão profundos, tão intensos, tão incertos, tão secretos. Não os ousava dizer, calava o prazer. Aos (s)eus falava que o dia chegava e transbordava alegria. Nos aposentos gelados, a sós, nada dizia. Já não sorria. Ela sabia que ao ouvir aquela música, aquelas músicas, a dor iria passar. E passou, um dia. E ficou alguns anos - na melodia. Cravando a ferida, como quem nada queria. Sangrava e morr-ia.
Agora, o lado B.