foto/Lilianreinhardt


            Minha mãe não  sabia ler nem escrever, passou a infância na roça ajudando o pai filho de imigrantes alemães, que tinha mais onze filhos a sustentar . Em nossa casa simples,   amassava e modelava a farinha de trigo com suas pequeninas mãos  e deitava a massa para crescer na bacia de alúminio  cobrindo-a com os sacos alvejados de algodão que costurava uma bainha simples ou  pespontada. Não esqueço que meus olhos dançavam ao vê-la modelar com tanta maestria aquela massa, como um artífice faz com a argila antes de levá-la ao fogo para queimar , Era o pão do amor. E  assim  foi ensinado pelo exemplo   que  todo pão do amor  é desvelado e amassado pelo próprio amor, pela  própria vida,  e como a argila do oleiro a farinha obedece há um ciclo de sabedoria das leis da natureza e deve estar preparada, para ser amassada, modelada para ir ao  fogo . Mas este fogo  da Arte  é lei inexorável  do Logos e como energia não tem começo nem fim, embora  se transforme e,  tem sinais próprios, ninguém o acende se não lhe reconhecer do outro marcas  em si  além da escrita da própria  massa.


            Quo Wadis "Homo Sapiens"?!!!!