(Des) Encontro

Depois de um tempo eu passei a não gostar muito de falar de dor, de sofrimento. Acho que é coisa de quem não tem força interior, de quem não é "bem resolvido". Que com um pouco de paciência e otimismo anula-se as angústias. Mas... talvez porque eu tenha encontrado um mecanismo estranho de lhe dar com isso. Substituição.

Eu tô sempre substituindo as coisas, as pessoas, meus sentimentos, minhas emoções... E, de repente me pergunto "o que eu tenho na minha base?" E meus alicerces, meus pilares? Não chegam a ser momentos intinerantes de desespero, mas às vezes é um vazio que corrói até o silêncio, e sim... me causa dor.

Por um lado eu me fecho, eu quero mesmo me tornar essa árvore solitária no meio da estrada, onde muito vou sentir e ouvir e ver... onde um pouco de tudo vai acontecer mas nenhum tudo de um.

Por outro lado, a vontade é de me fazer rio, que de um jeito ou de outtro, a todo custo, se tornará mar, que passará por uma união irreversível e que mesmo depois de todo percurso grandioso, irrevogavelmente, terá a imensidão de ser sempre rio no oceano, completo, preenchido, maior... impetuoso como tudo que Deus une.

Jessik Andrade
Enviado por Jessik Andrade em 01/06/2012
Código do texto: T3699099
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.