O ser humano e o espaço
O ser humano e o espaço
Hoje percebo o quanto não utilizamos bem os espaços que nos rodeiam. A arquitetura, como arte maior, estuda isso e idealiza soluções que não são adequadas ao mundo moderno. Mas não vou por esse caminho e sim pelo espaço urbano, do convívio de homens com homens, nas ruas, nos trens e nos carros.
Em primeiro lugar temos que pensar no todo e seus problemas. Como transportar milhares de um ponto a outro? E o que podemos fazer para minimizar o problema? Acho eu que temos que repensar a vida no “formigueiro”. Isso mesmo! Um caos de gente se amontoando nos trens, metrôs, ônibus. Uns poucos em carros que são mal projetados para as cidades pequenas. Nós, formigas, temos que repensar a vida e facilitar as coisas: trabalhar perto da moradia, andar mais, não ter vergonha do transporte coletivo e ter carros menores.
Trabalhar perto de casa, um sonho para poucos realizarem. Que tal levar o trabalho prá casa? As empresas poderiam criar essas aberturas com a tecnologia existente, em certos casos pode dar certo. Fazer tua casa ficar perto do teu trabalho, ou mudar horários. Difícil mas não impossível. Que tal admitirmos que o nosso lar seja mutante? Alugar e não comprar, talvez...
Andar muito é bom! Faz bem e pode te ajudar a driblar a loucura do transporte urbano e não ter vergonha de subir no ônibus ou descer para o metrô. Fácil falar... O problema é que o carro deixou de ser um meio de transporte para ser a sua segunda casa, e tua carta de apresentação. Uma idéia americana que nos faz reféns de uma mídia fortemente comercial. Sem um carro você não é nada! É um pobre e vai sofrer. Então, vamos ser gente! Compre um carro ou uma moto e seja feliz! É, pode ser...
Em resumo: não sabemos valorizar nosso espaço com inteligência e dignidade, somem a isso a indústria automobilística e o governo faturando com impostos absurdos. Vá dar um passeio em São Paulo e repense o todo se sacrificando pela unidade. Burrice!
Vamos pagar esse preço até quando? Viver mal e sofrer parado, conformado ou não, calando a boca com feijão, como já disse Chico Buarque? Não! Não custa admitir que os carros pequenos são úteis e que o transporte coletivo tem que melhorar; e que cada um de nós faça a sua parte, cobrando do governo e elegendo os que já perceberam a vida dura da formiga industrializada.