O tal do amor maduro

Quantos poemas perdi te escrevendo. Cartas que não retribuístes, nem nunca irás. Quantas besteiras falei, esqueceste, não? Espero que sim. Quantas horas chorei, e quantos olhos inchados, por cada coisa inútil e ridícula de apaixonado. A paixão nunca aprende, é sempre burra. Amadurecimento da relação deve ser o termo técnico para fim da paixão. De burra, nunca amadurece. É a criança dos sentimentos, cantada pelas crianças-poetas, as crianças-dançarinas, crianças-pintoras, escultoras...

Quantas crianças ainda vou ser? Esta criança poeta queria a paixão de novo, pra fazer verso. Não sei fazer verso com esse tal de amor maduro não, me cheira a marido barrigudo no sofá, pessoas acomodadas e zoológico do Raul, onde se “dá pipoca aos macacos”. Não conheço esse tipo de amor, não.

desafinada
Enviado por desafinada em 05/02/2007
Código do texto: T369793