:::: Prólogo do meu primeiro livro ::::

Um ser imortal jamais poderá se mostrar para a humanidade.

Eis a lei suprema.

No início não existia nada. Deus olhou a massa escura, onde encontrava-se o projeto da Criação, e criou o mundo. No princípio, quando Deus criou os Céus e a Terra, a Terra era deserta e desabitada e havia escuridão sobre as águas profundas. O Espírito Divino sobrevoava estas águas. E disse Deus: "Que haja Luz!" e então, exatamente, há milhares de anos, seres alados e translúcidos dotados de sensibilidade e inteligência habitaram a terra. Forem eles que deram cor a massa cinzenta que hoje conhecemos por lar. Quando o projeto foi concluído e já não era preciso a presença sublime daquelas criaturas de luz, Deus os chamou ao firmamento. Porém, uma legião de cem anjos se rebelou contra o seu Criador e se juntou ao solitário príncipe das trevas formando um exército poderoso e temido.

Durante muito tempo, eles permaneceram em silêncio, arquitetando uma grande batalha apocalíptica entre as profundezas obscuras do céu oposto e a terra, buscando atingir o ponto mais vulnerável do ser mortal: a mente. Por obediência a Lúcifer e liderados por Demétrius, a legião dos cem anjos invertidos desceram a terra e começaram, silenciosamente, o que poderia ser a pior catástrofe da humanidade. O céu oposto estava em fúria, um furor silencioso. Eles planejaram tudo para que nenhum ser que habita o céu de luz ficasse sabendo. Armaram a pior guerra de todos os tempos, algo que a humanidade jamais havia visto

Enquanto isso no céu, os anjos de todas as castas e esferas celestiais presenciavam o nascimento extraordinário de um cupido, uma filha de Julieta, que foi gerada a fim de erradicar o amor pelo planeta. Terceiro cupido existente, demorou um século para ser modelada e, por isso, se tornou a menina dos olhos de Árias que depositou na pequena imortal a responsabilidade de inverter a situação do mundo. Aos anjos recém-nascidos, não era permitido descer á terra antes que eles pudessem se preparar numa esfera superior. Mas, a situação era tão alarmante, que o velho mentor, o quinto da casta, mestre dos arcanjos e cupidos, decidiu por deixar que Kami vivenciasse todas as sensações e sentimentos terrenos a ponto de compreender intensamente sua missão. Não poderia ter escolhido uma hora pior. A temida guerra estava travada.

Ana Luisa Ricardo
Enviado por Ana Luisa Ricardo em 31/05/2012
Reeditado em 31/05/2012
Código do texto: T3697550