O Amor é a Solidão em Potencial

Nessa paisagem tão insana me repouso como louco voraz.

Mesmo diante de tanta tranqüilidade, ainda, me falta paz.

O constante descaso de me casar com o que me devora sem piedade.

Transformo minha solidão em submissão, em humildade...

Lavo minhas mágoas nas estradas pecaminosas de outrora,

Contemplo tudo ao redor e me vejo como único defeito da paisagem,

O único descompassado nessa imensa e tortuosa engrenagem.

Parei de ficar arremessando pedra no lago.

É difícil encontrar latas na rua para chutar

E cigarros absurdamente excitantes e reflexivos,

Que me estimulem gozar dos prazeres mais ilícitos.

Talvez, eu escreva um poema bonito

Sobre a minha forma melosa de amar...

Porque, no momento, eu sou P.H.D. no que se refere ódio,

Me afasto do que é obvio,

Abro as cortinas da saudade, descansando, assim, nessa maré de sentimentos.

Quando amanhã eu ficar sóbrio,

Me arrependerei por ter chorado.

Magoado, frente ao ocorrido, abraçarei a boêmia novamente,

Me contentarei com os amigos mais influentes da minha juventude inexorável

E miserável...

E miserável...

Rômulo Sousa e Wágno Limma
Enviado por Rômulo Sousa em 31/05/2012
Reeditado em 28/06/2013
Código do texto: T3697257
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