Falsas crenças
Existe uma força ambígua
Que sublima essência
Efetivando conformidades simbólicas.
Dando direito a liberação
Do que de fato é proibido
Legalizando oprimidos.
Interpretando a subversão
Como perversão
E não como voz de libertação.
Numa cultura individualista
Essa que imputa o homem
Impedindo-o de pensar
Por si mesmo.
Relegando-o a seres narcóticos
Pagando os devidos impostos.
Protagonizamos manifestações coletivas
E desenvolvemos o hábito
De viver a vida do outro
Por não legalizar a nossa própria.
Somos submetidos e pouco entendidos
Uma multidão mergulhada em segredos
Em tão íntimos medos.
Pagamos o preço da hipocrisia
E entendemos tão pouco de alegria.
Baixamos a cabeça
Pra ter lugar ao sol.
Iludimo-nos em seres iluminados
Grandes e alados.
Mas não se engane
A luz que vem de cima
Nem sempre é a que ilumina.
Pode dar a impressão de clarear
Mas quase sempre vem pra nos apagar.
Pode dar o efeito de uma causa moral
Mas é frívolo e banal.
Criando certas asas pra voar
Mas é o chão que querem nos ambientar.