Amar uns aos outros


“Amar uns aos outros, amando ao próximo como a si mesmo” é uma assertiva que muito respeito. O que me entristece é que para alguns irmãos em espécie, “os outros” ou “o próximo” se dividem em variadas subespécies:
A dos outros meus amigos ou familiares,
a dos outros meus inimigos,
a dos outros estranhos a minha pessoa,
a dos outros que professam comigo das minhas crenças religiosas ou seculares,
a dos outros que possuam preferências sexuais semelhantes a minha,
a dos outros que não comungam comigo,
ou mesmo a dos outros que possuam interesses próximos
ou a dos outros com interesses antagônicos
além de diversas outras variações de subgrupos “dos outros” dependendo na necessidade, do interesse e da ocasião.
 
Assim a bonita assertiva inicial acaba sendo distorcida, mesmo que inconscientemente, para algo como: Amar uns aos outros, amando ao próximo como a si mesmo, desde que eles, estes próximos, creiam no mesmo deus meu, que professem de minhas mesmas crenças naturais ou sobrenaturais, e que não sejam meus inimigos, e que possuam os mesmos meus interesses e as mesmas preferências sexuais, aos demais a força da lei, o descaso do abandono, o preconceito da segregação, ou mesmo o medo do poderio bélico. 

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 25/05/2012
Código do texto: T3686957
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