Abismos
Eu ponho cores em tudo. Tenho mania de romantizar as coisas. Romantizar a dor. Pôr uma segunda pele, fina e rósea, no que é feito essencialmente para machucar... Foi assim que comecei, trêmula, a colorir a saudade. E só agora constatei, de fato, que essas cores não me vão desenhar um caminho de volta. O que me expia, quando olho para trás, não são horizontes... São abismos.