Take a bow - Greg Laswell

Eu preciso escrever. Já tentei, aliás, concluir um texto gigante e, ao final, cancelar o trabalho todo.

Estou sem idéias e, quando elas aparecem, logo desaparecem... Não tenho mais a habilidade que tinha; onde foi parar minha criatividade, meu sarcasmo?

Onde foram parar minhas palavras? Minha gana para exibir à alguém algo magnifico que criei?- "Algo magnífico"? Foi isso mesmo que digitei? A coisa está bizarra.

Não consigo dormir um sono tranquilo, daqueles que são como baterias de celular a recarrega-los duarante a noite. Eu escrevo toscamente...

Tambem não me concentro mais no que realmente me interessa, aliás, me esforço o máximo para dar toda concentração que anda me restando ao meu dia a dia.

Estou cansada. Estou ha cinco anos num círculo de responsabilidade empregatícia, não que seja sempre o mesmo lugar, mas ainda sim, um círculo - uma bolha - na qual estou lá, respirando o mesmo ar sempre, vendo as mesmas situações, com poucos dias para se respirar outros ares, esperando anciosamente como um camelo no deserto pelo momento certo; preciso daqueles dias mágicos, urgente. Quem sabe, respirarei ares gelados, devem ter até um "cheiro" diferente...(?)

Descontente, desanimada, desesperançosa,magoada, confusa,triste,esquecida,emputecida, resumem muito bem toda essa maldita fase.

Minha irmã - única irmã, foi embora pra Irlanda ha exatos três meses e em todos os meses em que aguardávamos sua partida, todos as noites, seja na volta do trabalho no ônibus, no banheiro, cozinhando ou -e principalmente, ao dormir,observando sua cama ao lado da minha, eu me pegava chorando. Era tão estranho -que Deus nos livre mas, sentia algo relacionado com morte, doença, como se fosse perdê-la por algo assim, tamanho sofrimento que sentia por pensar em não tê-la mais por perto.

Ao chegar do aeroporto, chorei sob seu vestido verde que usava em casa antes de partir. Estava em cima da sua cama, dobrado por ela... Nunca chorei daquela maneira, queria tirar o mais rápido possível aquilo que estava sentindo, era como tortura.

Não tinha muito o que fazer, sair com alguns amigos seria sempre a válvula de escape, só não esperava encontrar isso, não nesse momento. E encontrei. Evitei, não queria. Mas a companhia era o oásis que estava procurando há alguns anos atrás, só tinha esquecido de como tinha imaginado tão perfeitamente. "Perfeito", neste meu conceito,significa de fato, um interesse só meu, uma idealização visualizada apenas pelo meu coração. Logo, beleza e toda parafernalha toda, são ideais para minha promissora felicidade.

E era quieta na maior parte do tempo. Na verdade, observadora e, mais verdade ainda, é que não sabia mesmo como responder ou agir diante de palavras, segurança, bem estar, olhares sinceros, carinho que estavam ali,incrivelmente bem nas minhas fuças. Encontrei conforto imenso daquela fase caída e mais,eu tinha a todo momento, um homem de verdade, afim de me fazer rir, preocupado em de fato, saber do meu dia, preocupado em saber o que poderia me fazer bem;feliz. Tinha toda aquela sensação de fortaleza em minha volta,inteligência,intelectualidade,sensualidade,surpresas,prazer; felicidade achada, enfim. E tudo tão recíproco, os medos, as qualidades desvalorizadas e martirizadas pelo tempo, pessoas, situaçõe expostas de forma tão verdadeira e simples. Fascinante.

Esse sonho é só meu, a idéia de reciprocidade é só minha. Dizem que o oásis não existe - foi de fato uma visão, eu estava muito cansada, de fato, para acreditar que aquele homem estava presente por aqui.

-Curtindo Take A Bow - Greg Laswell

Gih Varano
Enviado por Gih Varano em 22/05/2012
Código do texto: T3681018