A minha garganta.

A garganta dói. É uma espada cortante dilacerando a mesma.

O peito incha. É o choro preso procurando espaço.

Os olhos marejam. Refletem a tristeza.

Ela está sozinha. Não tem por quem lutar e não há quem lute por ela.

Todos, animais. Somos todos animais. Não existe espaço para bons sentimentos.

Pessoas más. Você também é uma pessoa má. Tenho vergonha de você.

Sua dor não tem razão de ser. Afinal, você é completa! Excelente trabalho; excelentes amigos; excelente amor. O que há com você?

A garganta ainda dói. Você não gosta de ninguém. É isso. Adora fazer-se de coitada. Fazer-se de puritana. Porque não se revela, sua débil mental! Sua farsante. Está tristinha? Poupe-me.

Espero que sua garganta tenha um câncer e que sua dor a mate devagar e lentamente, que você sofra como a pior das miseráveis, que se torne em chagas de carne viva as marcas do peito quebrado e que, seus pensamentos torpes a levem ao desespero máximo, a um suicídio tão baixo o qual nem piedade cause. Eu odeio você. E você jamais me fará falta. Morra antes, é bem melhor do que morrer agora.

Mas enquanto você não me dá o inenarrável prazer de perceber o seu corpo sob sete metros, digo-lhe: levante-se, sua horrorosa criatura, coloque aquele sorriso farsante nos lábios, coloque um batom, coloque um jeans. E continue a demonstrar que está tudo bem.

A garganta, que ainda dói, é sua. Pouco me importa com ela!

Eliane Vale
Enviado por Eliane Vale em 21/05/2012
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