A expectativa.

A expectativa.

Aproveitando uma mensagem da amiga (Psicóloga) Flavia Stefanelli, sobre a Gestalt, problemas seriam resolvidos se se deixasse "o outro" viver a sua vida. Grosso modo, as críticas são feitas de acordo com a exclusiva expectativa do outro - no seu tempo, modo, forma, lugar... e, às vezes, principalmente, com quem se está. É óbvio que muitas vezes a expectativa do outro pode e deve ser adotada, considerada etc., porque, afinal, a convivência familiar, social, profissional etc. se impõe (o humano é um ser gregário por natureza). Mas, sublinho, não é sempre. Cada pessoa é um universo único, personalíssimo, particularíssimo, com sua história, e respeitar isso é fundamental!

Aliás, é curioso ver que um policial, diante de um fato criminoso, tem de analisá-lo e decidir em “fração de minuto”, decretando o cerceamento da liberdade, e, em muitos casos, a morte (e essa função não é valorizada como deveria). Nesse “mecanismo mental”, quando um Juiz vai “ter tempo” para concluir pela condenação ou não, o policial tem de fazê-lo em tempo (via de regra) exíguo sob pena até mesmo de ser punido com a Prevaricação. Pede-se ao policial que analise o suspeito criminoso quanto à sua “história de vida”? Claro que não, nem a tempo ou meio para isto! Assim como ocorre com o policial, somos todos policiais nas nossas relações familiares, sociais etc., não significando que os “julgamentos” são superficiais (ou inadequados).

Aspectos religiosos, normativos (morais = costumeiros) jurídicos ou não etc., passam pelo crivo dos julgamentos, e não pode se dar de forma diferente. Resta saber quando a gravidade do fato necessita de maior profundidade na análise.

Habituado a julgar com “fumaça do bom direito”, o que é normal, no entanto, fundamentado somente na minha perspectiva e expectativa do que “acho ser certo ou errado”, e que a pessoa tem sempre o domínio sobre sua vontade, ocorro o risco de incidir em equívoco, ou erro, desde que sem aquele julgamento personalizado e percuciente sobre a conduta (o fazer ou o não fazer) de alguém - com efeitos que podem ser catastróficos, além do indevido cerceamento da liberdade, a dissolução de família etc.

Uma breve leitura sobre a Conduta, que compreende também (a par do fazer, não fazer, e dar) a consciência (incluída a insciência) e a vontade, pode levar o leitor a concluir que a pessoa humana possui (no mínimo) dois planos de vida: o interno, e o externo.

A minha “expectativa” pode, e quase sempre é completamente diversa da expectativa do outro(a) – e nem sempre, ou quase nunca, posso atendê-la...

Rodolfo Thompson 21.05.2012.

P s. muitas vezes culpamos ou nos inculpamos, sem nenhuma razão plausível!

Rodolfo Thompson
Enviado por Rodolfo Thompson em 21/05/2012
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