II - Refletindo clichês...
Clichê 2: 'Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura!'
Água fonte inesgotável, perenidade, perdurabilidade, interminalidade... Mensagens implícitas e subliminares, alimentaram o imaginário e acabaram balizando as ações humanas na sociedade pósmoderna, levando-nos a agir como fosse 'tudo para sempre', inclusive os recursos da Natureza.
Essa concepção, acrescida das exigências do capitalismo, gerou um conjunto de atitudes que contribuíram para chegarmos a atual situação.
A ambição desenfreada; o lucro acima de tudo; a tentativa de adequar a Natureza a hábitos inconsequentes; a visão exploratória e utilitarista dos recursos ambientais; a lógica de convívio social, individualista, alheia à corresponsabilidade humana, social, cultural e ambiental...
Importante ressaltar ainda, o desenvolvimento da sociedade, pautado na lógica antropocêntrica, acabou por fomentar a avalanche de erros na relação: ser humano - Natureza. Por certo, advém daí a sucessão de equívocos... o uso inadequado ou abuso, o descuido, o desrespeito, o desperdício, o imediatismo, o descartável, a falta de solidariedade, o hedonismo, são alguns, entre outros fatores, que colocam em risco a sobrevivência da vida humana e do planeta...
A situação de falta d'água é caótica!
Água é vida! E, continuar a agir alienadamente, é como deixar a água a bater na pedra, e a vida a extinguir-se, deliberadamente, indo embora... Façamos pois, uma analogia: 'bata a água do saber na pedra do conhecimento cristalizado e, ao furá-la, transforme nossas ações, em atitudes comprometidas com a preservação, o cuidado e a corresponsabilidade com a sustentabilidade da vida no planeta.