Forças

Embora seja absurdo e incompreensível, nós não passaremos por esta vida sem sentir a dor da ingratidão, rejeição, preconceito, o peso de não ser amados até pelos próximos a nós e o de ver que sentem raiva ou mesmo ódio sem que tenhamos provocado.Digo-o porque, ainda criança, senti preconceito e rejeição e ainda hoje sinto a dor de saber que gente próxima a mim, de quem eu esperava amor e aceitação, não me ama e sente prazer em querer me machucar e me fazer acreditar que não valho nada. Por mais que eu ache isso inaceitável, tenho que entender que não posso mudar isso e que o fato de certas pessoas terem o nosso sangue e serem tão próximas não significa que elas terão que nos amar. E, se não podemos exigir que gente da nossa família nos ame, também não podemos esperar que gente com quem não temos parentesco nos dê o amor que queremos e precisamos. Será uma provação ou um carma? Não sei. O que percebo é que, se eu me prender a isso, não conseguirei viver pois, acabarei escravizada por sentimentos desalentadores. Então, tenho de ganhar forças para ser superior a isso, vencer a dor ou, pelo menos, não me deixar ser derrotada por ela e buscar alternativas para encontrar alegrias nesta vida, tentando ser a primeira a me dar o amor que eu preciso. Não será facil mas, ainda que eu tenha que lutar toda a minha vida, eu lutarei, porque há dignidade na luta. É melhor lutar, mesmo que não haja certeza da vitória porque, ao menos, saberei que estou sendo corajosa e procedendo com determinação para não me tornar uma coitada, mendigando afeição.