Às 06:30

Vago loucamente pelos os meus sonhos,

Me apego, me fascino e me perco nesse instante.

Depois das prazerosas lembranças, temo a partida,

Desconfio de todos e a verdade não se torna mais minha parceira.

Tento me distrair com passos largos,

Caminhadas que nunca irão te encontrar.

Ainda mesmo que perto das tuas mentiras,

Me distancio cada milésimo de ti.

Me sobe uma sede de mudança,

Um desejo de vingança,

Mas bate em mim uma desesperança

E vejo que não fico perto da bonança.

E de tanta desordem interna me cabe o quê?

Pedaços de mágoas esparramadas entre esses degraus?

E tudo que ali estava, com sua fisiologia intacta,

Hoje, só saudade pra se apegar e me sustentar.

Tão pouco ar me resta nesse quarto,

Diversos espíritos me rodeiam por aqui.

Mas estou aí, exalando minha introspecção,

Espantando demônios às 06:30 da manhã.

Rômulo Sousa
Enviado por Rômulo Sousa em 17/05/2012
Reeditado em 27/04/2014
Código do texto: T3673048
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