Quando dizemos



Quando dizemos que estamos felizes, na verdade deveríamos dizer é que nosso cérebro está produzindo reações físico/químico-hormonais que permitem emergir em nossa mente a experimentação deste específico estado de humor, e o mesmo vale para a tristeza, o medo, a dor, a fome, o prazer, a ânsia, a amizade, os desejos e etc. etc. etc...
Pode não ser tão romântico, porem reflete muito mais a nossa realidade de animal humano. Ousaria dizer, sabendo que poderei ser criticado, que a nossa própria humanidade é puro reflexo destas mesmas reações físico/químico-hormonais em nosso circuito neural. O melhor é que sendo plástico o nosso cérebro, a realimentação contínua e positiva da própria experimentação mental da realidade externa que percebemos, e dos próprios desejos que o cérebro propicia, nos faz eternos mutantes de nós mesmos, sendo no momento presente que realizamos, um pouco diferentes dos momentos presentes que já realizamos, na eternidade do momento presente em que existimos, reprogramando assim continuamente nossas ligações neuronais. 
 
Assim ser humano, é ser o que somos mentalmente, sendo diferentes a cada instante, e podendo ser, em algum momento do presente a porvir, a comunhão do que realmente somos, com o que deveríamos ser, e com o que queremos ser. Realizar nossa humanidade é não termos certeza alguma do que seremos, mas ter a possibilidade de comungar com a natureza no momento presente e comungar nossa realização experimental do viver com o desejável, com o possível e com o necessário. 

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 16/05/2012
Código do texto: T3671703
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.